segunda-feira, 16 de junho de 2008

MANUEL DE PINA EMPOSSADO ESTA MANHÃ PRESIDENTE DA CÂMARA DA RIBEIRA GRANDE DE SANTIAGO




14 Jun, 15:41h



Uma tomada de posse com muitas novidades

Cidade Velha, 14 Junho – “Queremos que a Câmara seja periodicamente objecto de inspecção e que as nossas contas sejam analisadas pelo Tribunal de Contas” – uma afirmação pouco comum de um autarca em Cabo Verde. Aconteceu esta manhã no Convento de S. Francisco, Cidade Velha, onde, com a presença da ministra adjunta do Primeiro Ministro e da Qualificação e Emprego, Sara Lopes, Manuel de Pina foi ao fim da manhã de hoje empossado presidente da Câmara Municipal de Ribeira Grande de Santiago.




Foi um acto político sui generis, tanto por um aparente bom entendimento entre um executivo municipal sob bandeira MpD e o Poder Central (PAICV) como por “inovações” introduzidas num ritual democrático que já se consolidou no país: o texto protocolar do juramento na tomada de posse teve alterações que não ofendem o propósito e houve um deputado municipal ausente na altura da tomada de posse – António Tavares Monteiro (MpD). Pois mesmo assim, sem ser empossado, seria eleito para a mesa da Assembleia Municipal, uma “impossibilidade legal” que ninguém contestou. Curiosamente, a bancada tambarina dividiu-se nesta eleição: dois elementos votaram contra e quatro abstiveram-se (voto em branco). Ficou eleita uma mesa da Assembleia Municipal homogénea, do MpD, presidida por José António Santos Semedo.

A nova mesa da Assembleia Municipal, presidida por António Santos Semedo, com a presença da ministra Sara Lopes.
Manuel de Pina é assim o primeiro presidente eleito da Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago (Cidade Velha). O presidente da Comissão Instaladora da jovem autarquia, José Gomes da Veiga (PAICV), orientou o empossamento da Assembleia Municipal, chamando os deputados eleitos (sete do MpD e seis do PAICV): dado que um dos deputados ventoinhas esteve ausente, esperava-se que a igualdade de presenças viesse proporcionar uma tentativa tambarina para impor a sua presença na mesa da AM. Mas tal não aconteceu. Mal os deputados tomaram posse, houve um coffe breack (também novidade) que deu tempo a que António Monteiro, vindo de Santana, chegasse ao Convento de S. Francisco.

Depois da eleição da mesa da AM, José António Semedo discursou, o que constitui novidade na habitual praxe destas coisas. Só depois foram empossados os elementos do Executivo camarário. Depois é que usou da palavra Manuel de Pina para enunciar as preocupações que motivam a Câmara: “para cada família, uma habitação; para cada casa, uma torneira e um lâmpada”. Numa cidade que é candidata a Património da Humanidade esta é uma exigência mais que fundamental.
Para Manuel de Pina, que retoma a bandeira de Cidade Velha, Património da Humanidade, o desenvolvimento do Município é aposta: na agricultura, na pecuária, na pesca, mas sobretudo no turismo, apelando às “pequenas iniciativas que requerem poucos recursos”. O presidente da Câmara de Ribeira Grande de Santiago afirmou a necessidade de uma boa cooperação entre o Poder Local e o Poder Central, crucial na luta pelo desenvolvimento.

A ministra Sara Lopes louvou os benefícios da democracia política e, também ela, insistiu na tecla da necessária cooperação entre o Poder Central e o Poder Local, garantindo que essa é a disposição do Governo a que pertence. E aplaudindo o propósito de boa governação, expresso por Manuel de Pina, que solicitara inspecções regulares, sempre foi dizendo que a “primeira inspecção” deve ser exercida pela Assembleia Municipal.


Manuel de Pina foi parabenizado pelo corpo diplomático acreditado na Capital





Sendo Cidade Velha candidata a Património da Humanidade, que tem sido uma das “jóias da coroa” do ministro da Cultura, Manuel Veiga (que por isso se tem insistentemente batido), seria de esperar (e positiva) a sua presença no Convento de S. Francisco. A sua ausência foi sentida.
-FIM-
(www.liberal-caboverde.com)

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