segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

CASAS REABILITADAS ENTREGUES A MORADORES






6 Dez, 10:40h

Na localidade piscatória, com parte dos barcos varados na areia negra e outros (poucos) ainda na faina, procedeu-se ontem a entrega aos moradores de três casas reabilitadas. Antes da intervenção da Câmara, eram casebres em péssimo estado, situação de resto muito comum em toda a área do Município (cerca de 60% do parque habitacional do Município carece de ser intervencionado). Após a sua tomada de posse, o Executivo de Manuel Monteiro de Pina decidiu mudar de “paradigma” na política autárquica para a habitação. Como ontem disse o presidente da Câmara da Ribeira Grande, “entregar materiais à população para ela mesma resolver o problema, não adianta”. O que resulta desse modo de actuação é que as casas mantêm-se cheias de problemas e, por norma, dois anos mais tarde estão de novo a necessitar de intervenção
Ribeira Grande de Santiago, 6 Dezembro – “Os pobres também têm direito a uma habitação digna”, disse ontem a Liberal, em Porto Mosquito, o vereador da Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago, Alcides de Pina. Na localidade piscatória, com parte dos barcos varados na areia negra e outros (poucos) ainda na faina, procedeu-se ontem a entrega aos moradores de três casas reabilitadas. Antes da intervenção da Câmara, eram casebres em péssimo estado, situação de resto muito comum em toda a área do Município (cerca de 60% do parque habitacional do Município carece de ser intervencionado). Após a sua tomada de posse, o Executivo de Manuel Monteiro de Pina decidiu mudar de “paradigma” na política autárquica para a habitação. Como ontem disse o presidente da Câmara da Ribeira Grande, “entregar materiais à população para ela mesma resolver o problema, não adianta”. O que resulta desse modo de actuação é que as casas mantêm-se cheias de problemas e, por norma, dois anos mais tarde estão de novo a necessitar de intervenção.
Por isso, explicou o autarca, a sua Câmara optou por ser ela mesma a proceder à reabilitação das residências, com recurso ao voluntariado dos beneficiados: eles contribuem com o seu trabalho, sempre que possível e necessário. Com co-financiamento do Governo foi assim possível avançar para um programa de recuperação de casas degradadas – um lote de 50 casas, das quais estão já em execução, para além das três ontem entregues em Porto Mosquito, mais três em Salineiro, outras três em Santana e ainda três em Calabaceira da Cidade Velha. Em Porto Mosquito, foram investidos cerca de quatro mil contos neste trabalho de reabilitação, sendo 1800 de comparticipação governamental.
A dúvida logo se pôs ao jornalista: como foi feita a selecção dos beneficiados?, qual o critério? Carlos Alberto Lopes, também vereador, explica: “quem faz a selecção são as Juntas Administrativas. Depois disso, ouvimos as populações locais para confirmar se há ou não acordo com a escolha feita”.
As casas entregues são arejadas, com bom desenho arquitectónico, relativamente espaçosas nos seus compartimentos. E onde, nesta fase, haja espaço e for possível recebem algo que em quase todo o concelho é um luxo: casa de banho. A primeira casa entregue, cujo interior visitámos, é fronteira ao mar, janelas mostrando a beleza do oceano que, a pouca distância, beija Porto Mosquito. Há um varandim de entrada, uma sala, dois quartos, cozinha, casa de banho e um pequeno pátio nas traseiras. E as casas são pintadas – anula-se, deste modo, o agreste cinzento-chumbo dos tijolos de cimento que enfeia muito casario da ilha de Santiago. A cor aqui escolhida: o azul. Alguma razão para se ter escolhido esta cor? É dito que não.
Com 860 habitantes, em grande parte jovens, Porto Mosquito teve ontem à tarde algum ambiente de festa. “Chimi”, um personagem que, ao longo dos anos, foi uma espécie de “fastente de serviço”, sempre pronto a bater à porta dos sucessivos poderes que já tutelaram a localidade, reclamando e reclamando melhores condições para o seu povo, era um homem feliz: sorria e passeava as suas cãs em demonstrações de satisfação. Porto Mosquito pode vir a ter melhores dias: há uma fábrica de conservas de pescado em construção e a estrada que o liga a Porto Gouveia e à sede do concelho, a Cidade Velha, está a receber reparação – calcetamento corrigido, buracos eliminados, bermas alinhadas. Faltam concluir dois troços: junto a Porto Mosquito e entre Caniço e Cidade Velha. “No futuro, lá mais para diante, será alcatroada”, diz Alcides de Pina.
Manuel Monteiro de Pina, o presidente da Câmara, mostrava satisfação no rosto por norma sisudo. E de uma casa recuperada para outra, caminhava falando com habitantes, de mão dada a uma idosa moradora que, assim, manifestava o seu apoio ao autarca.



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